Flics Porcs Assassins!
Este é um grito muito usado nas manifestaçòes em paìses de lìngua francesa. Traduzido ao portuguès brasileiro paulistano, é "Gambés, Porcos, Assassinos!"
Ao ver uma matéria da RBS-SC, rede de televisào do grupo O Globo, que mostra a agreçào covarde e injustificàvel de policiais militares à um jovem, porque esse guiava uma moto sem a carteira de habilitaçào, mais uma vez nào poderia de deixar minha revolta contra as forças de ordens brasileiras, mais especificamente do falido estado de Santa Cataria.
As cenas, gravadas por um celular de um passante, sào chocantes (VER O VIDEO AQUI). A violència policial é um dos crònicos problemas brasileiros que devem ser resolvidos. O pior foi a resposta da PM, que promete investigar o caso, "ouvir testemunhas", para um possìvel processo, que, como pena, poderà transferir o soldado a uma outra cidade. Que ridìculo! O fato em si é grave. Um cidadào como o tal, nào pode ser um policial. Eh um criminoso e deveria ser julgado por abuso de poder, agressào e até tentativa de homissìdio DOLOSO, pois atingiu a cabeça da vìtima com o cacetete, que o poderia ter levado à morte. Vergonha!
. . .
CESARE BATTISTI
Ok, o Supremo Tribunal Federal, por cinco votos a quatro, decidiu, na ùltima semana, a favor da extradiçào de Cesare Battisti, mas deixando a ùltima palavra ao Executivo nacional, que por sua vez afirma nào ter "pressa" para o veredito. Tarso Genro defende a permanència do ex-ativista na condiçào de asilo polìtico, alegando que existe uma pressào fascista do governo italiano para haver Battisti, que deveria cumprir a pena màxima da justiça italiana, a prisào perpétua.
Deixo claro que Genro nào acusou a Itàlia de ser uma paìs fascista: "A Itália não é um país nazista nem fascista, mas vem sendo constatado um crescimento preocupante do fascismo em parte da população italiana". Tem razào. Esse seria um motivo para conceder o asilo polìtico a Battisti. A segunda, dentre outras, é pròprio a diferença entre a pena màxima na Itàlia, a prisào perpétua, que no Brasil, ainda bem, nào existe!
. . .
Queima de Arquivo
Morreu ontem na Itàlia, carbonizada dentro de seu apartamento, o travesti Brenda, que em outubro foi protagonista de um caso que foi primeira pàgina de todos os jornais italianos, pelo seu envolvimento com o ex-governador da regiào Lazio, centro do paìs, Piero Marrazzo (LEIA A MATéRIA EM ITALIANO AQUI). Na ocasiào, Marrazzo deixou o cargo depois de ser ameaçado pelos Carabinieris (polìcia especial italiana) por ter sido flagrado no apartamento de Brenda, numa noitada de sexo e cocaìna. No programa da Rai2, Annozero, a repòrter tentou entrevistar Brenda, que se recusou, dizendo que era um arquivo vivo, que sabia muito e por isso tinha MEDO de falar (Veja o VIDEO aqui). Hoje é morta! Queima de Arquivo?
Comentàrios sobre o Brasil visto de fora, de quem intansamente jà o viveu "de dentro"
20 nov 2009
8 nov 2009
UNIBAN: Universidade Banal
Volto à questão sobre o fato vergonhoso ocorrido no campus do ABC da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN), quando a estudente Geisy Villa Nova Arruda, aluna do curso de turismo, foi gravemente humilhada por "universitàrios" no dia 22 de outubro por estar de "roupa curta", sendo obrigada a sair escoltada pela Polícia Militar paulista.
O problema é que, segundo divulgado pela imprensa, a presente instituição, através de um artigo publicitàrio divulgado hoje nos principais veìculos de informação, teria "desligado" Geisy do seu quadro discente (leia o comunicado AQUI) por "flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade".
A UNE, União Nacional dos Estudantes, através de nota oficial considerou a posição unibanista uma "violência sexista". (Leia AQUI a nota na ìntegra).
O MEC pretende apurar o fato e repudia a expulsão da jovem, alegando que “essa história absurda teve um desfecho ainda mais esdrúxulo” (Leia a matéria no site do G1).
Eu na minha posição de estudante mestrando e pesquisador pelas universidades de Trento na Itàlia, e Paris Descartes (Paris 5), na França, sociòlogo, jornalista e cidadão não posso aceitar a atitude indigna, preconceituosa, machista e autoritària da Uniban, e, principalmente, a postura dos colegas de Geisy, que em modo patético lotaram os corredores do prédio da "universidade", para xinga-la, desrespeita-la, insulta-la, agredi-la e violenta-la com gritos e atitudes, como por exemplo, gravar imagens através de aparatos audiovisuais.
. . .
Para quem não conhece a història da Universidade Bandeirantes de São Paulo, informo que se tornou universidade a partir do inìcio do governo de Fernando Henrique Cardozo, quando os centros universitàrios de esquina, verdadeiras empresas lucrativas, tiveram aval do então ministério da educação para se tornarem universidades. A idéia era aumentar as vagas de alunos universitàrios, democratizando o ensino superior. Bobagem! Tal fato servia ao governo no processo de privatização e prostituição da esfera pùblica, visando atrair o investimento de capital estrangeiro no paìs, seguindo as tendèncias liberais do mercado ocidental, melhorando a imagem do Brasil no exterior através de dados estatìsticos.
Em poucas palavras, a universidade hoje é praticamente uma continuação obrigatòria da escola. O diploma é necessàrio para o futuro profissional. O senso de universidade não existe e a pesquisa continua nas mãos de uma minorança. Não foi uma democratização do ensino superior, mas uma nova possibilidade ao mercado financeiro e um modo de maquiar a insuficiència do ensino fundamental no paìs.
O aluno de uma destas universidades de esquina, precisa do diploma para ter um futuro melhor. Não pode estudar numa boa escola particular e, portanto, hà menos possibilità na concorrència de uma vaga numa universidade pùblica. Decide então de matricular-se numa instituição privada, cujo os dirigentes/fundatores foram apoiadores do regime militar no Brasil. Deve pagar tanto e por isso trabalha o dia inteiro, pois o curso é noturno. Os professores não podem exigir muito, pois o coitado não tem força e tempo disponìvel para dedicar-se como poderia e deveria. Depois de quatro anos o garoto se forma, como na escola. Seguiu os cursos, fez provas, saiu com os amigos, falou de mulheres, carros e futebol, comprou um novo telefone celular, uma camisa Puma, bebeu Skol. Pronto, diplomado! Ele não é mais ou menos inteligente de um que estudou numa universidade pùblica, teve tempo para fazer pesquisa, esudar, pensar. Não é mais ou menos capaz. Não! Absolutamente. Não! O problema é que teve menos possibilidade em relação ao outro, e sem tem tempo para pensar livremente, não entende que é um produto do sistema, esfrutado pelo tal.
Toda a energia daqueles colegas de Geyse, que em modo covarde e preconceituoso a agrediram, poderia ser usada contra a pròpria instituição, solicitando à sua estatização, ou melhor ainda, a promover a ocupação do reitorado para uma auto-gestão! Enquanto isso não acontecer, a Uniban continuarà sendo uma empresa, que explora seus clientes, prostituindo o sentido de universidade, sendo uma universidade de esquina, isto é, uma Puta, sem desmerecer àquelas que dignamente o fazem por profissão.
O problema é que, segundo divulgado pela imprensa, a presente instituição, através de um artigo publicitàrio divulgado hoje nos principais veìculos de informação, teria "desligado" Geisy do seu quadro discente (leia o comunicado AQUI) por "flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade".
A UNE, União Nacional dos Estudantes, através de nota oficial considerou a posição unibanista uma "violência sexista". (Leia AQUI a nota na ìntegra).
O MEC pretende apurar o fato e repudia a expulsão da jovem, alegando que “essa história absurda teve um desfecho ainda mais esdrúxulo” (Leia a matéria no site do G1).
Eu na minha posição de estudante mestrando e pesquisador pelas universidades de Trento na Itàlia, e Paris Descartes (Paris 5), na França, sociòlogo, jornalista e cidadão não posso aceitar a atitude indigna, preconceituosa, machista e autoritària da Uniban, e, principalmente, a postura dos colegas de Geisy, que em modo patético lotaram os corredores do prédio da "universidade", para xinga-la, desrespeita-la, insulta-la, agredi-la e violenta-la com gritos e atitudes, como por exemplo, gravar imagens através de aparatos audiovisuais.
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Para quem não conhece a història da Universidade Bandeirantes de São Paulo, informo que se tornou universidade a partir do inìcio do governo de Fernando Henrique Cardozo, quando os centros universitàrios de esquina, verdadeiras empresas lucrativas, tiveram aval do então ministério da educação para se tornarem universidades. A idéia era aumentar as vagas de alunos universitàrios, democratizando o ensino superior. Bobagem! Tal fato servia ao governo no processo de privatização e prostituição da esfera pùblica, visando atrair o investimento de capital estrangeiro no paìs, seguindo as tendèncias liberais do mercado ocidental, melhorando a imagem do Brasil no exterior através de dados estatìsticos.
Em poucas palavras, a universidade hoje é praticamente uma continuação obrigatòria da escola. O diploma é necessàrio para o futuro profissional. O senso de universidade não existe e a pesquisa continua nas mãos de uma minorança. Não foi uma democratização do ensino superior, mas uma nova possibilidade ao mercado financeiro e um modo de maquiar a insuficiència do ensino fundamental no paìs.
O aluno de uma destas universidades de esquina, precisa do diploma para ter um futuro melhor. Não pode estudar numa boa escola particular e, portanto, hà menos possibilità na concorrència de uma vaga numa universidade pùblica. Decide então de matricular-se numa instituição privada, cujo os dirigentes/fundatores foram apoiadores do regime militar no Brasil. Deve pagar tanto e por isso trabalha o dia inteiro, pois o curso é noturno. Os professores não podem exigir muito, pois o coitado não tem força e tempo disponìvel para dedicar-se como poderia e deveria. Depois de quatro anos o garoto se forma, como na escola. Seguiu os cursos, fez provas, saiu com os amigos, falou de mulheres, carros e futebol, comprou um novo telefone celular, uma camisa Puma, bebeu Skol. Pronto, diplomado! Ele não é mais ou menos inteligente de um que estudou numa universidade pùblica, teve tempo para fazer pesquisa, esudar, pensar. Não é mais ou menos capaz. Não! Absolutamente. Não! O problema é que teve menos possibilidade em relação ao outro, e sem tem tempo para pensar livremente, não entende que é um produto do sistema, esfrutado pelo tal.
Toda a energia daqueles colegas de Geyse, que em modo covarde e preconceituoso a agrediram, poderia ser usada contra a pròpria instituição, solicitando à sua estatização, ou melhor ainda, a promover a ocupação do reitorado para uma auto-gestão! Enquanto isso não acontecer, a Uniban continuarà sendo uma empresa, que explora seus clientes, prostituindo o sentido de universidade, sendo uma universidade de esquina, isto é, uma Puta, sem desmerecer àquelas que dignamente o fazem por profissão.
4 nov 2009
GOL CONTRA
No dia 26 de outubro, a médica Ana Flávia Pinto Silva teria atacado com frases racistas um funcionário do check in da Gol, no aeroporto Santa Maria, em Aracaju, estado de Sergipe. Os provàveis insultos foram registrados por uma vìdeocamera, talvez de um telefone celular, devido à péssima qualidade de imagem e audio. (VEJA O VIDEO AQUI)
Difìcil, muito difìcil acusa-la até porque não estava presente e, principalmente, não sou juiz. Do que eu vi, confesso, é assustador. Um absurdo. Seriam vàrios aspectos a serem comentados. Frases de alto teor racista existem. Assim como uma "pobrefobia", isto é quando para ofender os funcionàrios, a DOUTORA, escolhe de frases que "enaltecem" uma calsse socio-economica inferior à sua. Infeliz, como se a pobreza fosse um defeito. "Morto de fome [...] Não tem onde cair morto. Não tem dinheiro para comprar um prato de feijão. Cachorro. NEGO (sic)", foram algumas de suas "pérolas".
Além disso tudo, que jà seria muito grave, ela invadiu a àrea de check in do aeroporto. Aqui na Europa poderia até ser considerado um ato terrorista.
Tudo começou porque teria perdido seu vòo de lua-de-mel à Buenos Aires. Obviamente não é uma situação agradàvel. Talvez o funcionàrio tenha errado, talvez não. No vìdeo ela disse que chegou 15 minutos antes. Precisa saber antes de que? Do fechamento do check in ou do vòo? Se da primeira opção, ela teria razão de reclamar junto à empresa. Se ao invés é a segunda, a então recém casada deveria saber que existem regras a serem seguidas, para à sua pròpria segurança e aos demais (sem bem que aparentemente ela não seja uma que se preocupe tanto com o pròximo. Espero que sua especialização não seja oculista, pois além do seu umbigo nada enxerga), sem contar o crònico problema do espaço aéreo brasileiro. Pouco tempo faz existia uma forte crise no setor. O "jeitinho brasileiro", no aeroporto não pode existir.
Independente porém do culpado ou culpada, NADA justifica sua atitude. Nada. Pode se explicar como quiser, dizendo que estava nervosa, deprimida, etc (leia AQUI seu pedido de desculpas). Não justifica e, na minha opinião, deve ser processada e julgada, pela justiça comum e também pela ordem dos médicos. Repito, que apesar do seu pùblico pedido de desculpas, com uma dose de sentimentalismo, sua atitude não pode ser justificada. Uma agressão. Um ato violento contra o jovem Diego José Gonzaga, que não o conheço, mas conselhar-lhe-ia de não amolecer e não retirar a denùncia contra crimes raciais.
A médica mostrou-se ser uma pessoa cafona, baixa, sem educação.
Espero que a Gol Transportes Aéreos se pronuncie a respeito, repudiando à atitude da cliente, solidària ao seu funcionàrio. Ao contràrio, a omissão da companhia poderia ser interpretada como uma atitude de mercado, preterindo uma pessoa ao lucro, um gol contra!
3 nov 2009
MALDITA CATARINA
Começo com um longo nariz-de-cera, pròprio porque o argumento a ser tratado é muito, muito triste.
O estado de Santa Catarina é ou poderia ser um territòrio paradisiaco. A sua costa està entre uma das mais charmosas do Brasil. A situação socio-polìtica porém é uma das piores de todas as unidades da federação. A maioria dos rios são poluìdos e jà praticamente comprometidos pela produção de carne, seja pela pecuària, como pela cultivação de milho para alimentação suina. Se passamos à questão racial, mais problemas. O racismo existe e é notàvel entre os catarinenses, incluindo alguns jovens, borgueses e estudantes que conheci na Itàlia e na França.
Não poderia deixar de citar a precariedade do saneamento bàsico no estado, uma questão crònica, que deveria ter sido tratada no final do século XIX, e apenas agora o governo resolve tomar algumas medidas.
O poder executivo catarinense do final da ditadur militar até hoje foi e é representado principalmente por: Esperidião Amim (PDS - partido que depois se transformou em PP e agora é o atual DEM), de 1983-1986 e de de 1999-2002. Praticamente a continuação do regime ditador. Pedro Ivo (PMDB - partido que apesar de ter feito oposição à ditadura, foi responsàvel pela introdução do sistema neoliberal no paìs, fechando os olhos à educação , à saùde, à reforma agrària e à segurança), de 1987-1990 (quando faleceu). Vilson Kleinubing, PFL (partido liberal, de direita), de 1991-1994. Paulo Afonso Vieira (PMDB, 1995-1998), e o atual LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, desde 2003, da coligaçào PMDB/PSDB.
Luiz Henrique foi membro do DOPS (Departamento de Ordem Polìtica e Social) durante o Regime Militar no Brasil, denunciando os opositores à ditadura.
O DOPS, entre outras coisas, é conhecido pelo o uso da tortura como métodos de investigação e punição .
Depois desta longa introdução posso finalmente escrever sobre o argumento que me faz abdicar-me dos meus trabalhos acadèmicos pelo dever de manifestar-me como cidadão, jornalista, sociòlogo e, acima de tudo, ser humano contra o ocorrido na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina.
Imagens gravadas com uma vìdeocamera, mostram alguns detentos sendo torturados por agentes penitenciàrios num banheiro do complexo. Suas mãos estavam algemadas. Numa das cenas, depois de momentos de extrema violència, um condenado tem sua cabeça introduzida na privada. Uma cena absurda (veja o artigo e o vìdeo AQUI)
Conforme o segundo paràgrafo do artigo 2 da Convenção das Nações Unidas em Genebra, Suiça, em 1987, contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, Ddsumanos ou degradantes, a tortura não pode ser jamais justificada, independente do caso.
Na matéria exibida pelo Fantàstico, no ùltimo domingo (1/11/2009), o governador Silveira diz que os agentes serão afastados. Sò afastados! Serà porque como ex membro do DOPS, as imagens não são assim graves ao irresponsàvel chefe de estado de Santa Catarina? Como assim AFASTADOS? Os agentes devem ser julgados e responderem pelos crimes de abuso de poder, tortura, agressão, tentativa de homicìdio, formação de quadrilha, dentre outros.
Um artigo do jornal O Globo diz que UM agente foi afastado. Um agente! Era um grupo dentro daquele banheiro.
E a postura da mìdia? Vergonhosa. O Fantàstico, que é uma revista semanal, com mais cara de entretenimento que jornalismo (creio que o programa seja diviso entre a Central Globo de Jornalismo e a Central Globo de Produçòes), foi quem denunciou o fato. E os outros jornais? A passear por alguns quotidianos brasileiros não encontrei nada, além, é claro dos jornais locais, de um fato que deveria ser capa de todos os veìculos mediàticos. O jornal O Globo, um dos poucos de abrangència nacional a comentar o caso, foi suave no olho da notìcia: "Maus Tratos".
Recentemente na Itàlia, um jovem morreu na prisão supostamente vìtima de tortura. A repercussão midiàtica foi intensa, apesar de, na minha opinião, não ter sido suficiente e não resolver o caso (Uma vergonha também por parte do governo italiano). Stefano Cucchi, 31 anos, morto na penitenciària de Roma enquanto esperava o julgamento por porte de droga. A famìlia de Stefano que aguardava suas notìcias por parte dos Carabinieri, recebe o comunicado que o filho é morto! Independente do descaso do governo Berlusconi, mas a mìdia, pelo menos, dà mais importància.
O ocorrido em Santa Catarina, não é uma novidade. A tortura no Brasil existe e os métodos usados na prisão de Guantánamo parecem ser leves em comparação às prisòes governadas de um ex membro do DOPS.
O estado de Santa Catarina é ou poderia ser um territòrio paradisiaco. A sua costa està entre uma das mais charmosas do Brasil. A situação socio-polìtica porém é uma das piores de todas as unidades da federação. A maioria dos rios são poluìdos e jà praticamente comprometidos pela produção de carne, seja pela pecuària, como pela cultivação de milho para alimentação suina. Se passamos à questão racial, mais problemas. O racismo existe e é notàvel entre os catarinenses, incluindo alguns jovens, borgueses e estudantes que conheci na Itàlia e na França.
Não poderia deixar de citar a precariedade do saneamento bàsico no estado, uma questão crònica, que deveria ter sido tratada no final do século XIX, e apenas agora o governo resolve tomar algumas medidas.
O poder executivo catarinense do final da ditadur militar até hoje foi e é representado principalmente por: Esperidião Amim (PDS - partido que depois se transformou em PP e agora é o atual DEM), de 1983-1986 e de de 1999-2002. Praticamente a continuação do regime ditador. Pedro Ivo (PMDB - partido que apesar de ter feito oposição à ditadura, foi responsàvel pela introdução do sistema neoliberal no paìs, fechando os olhos à educação , à saùde, à reforma agrària e à segurança), de 1987-1990 (quando faleceu). Vilson Kleinubing, PFL (partido liberal, de direita), de 1991-1994. Paulo Afonso Vieira (PMDB, 1995-1998), e o atual LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, desde 2003, da coligaçào PMDB/PSDB.
Luiz Henrique foi membro do DOPS (Departamento de Ordem Polìtica e Social) durante o Regime Militar no Brasil, denunciando os opositores à ditadura.
O DOPS, entre outras coisas, é conhecido pelo o uso da tortura como métodos de investigação e punição .
Depois desta longa introdução posso finalmente escrever sobre o argumento que me faz abdicar-me dos meus trabalhos acadèmicos pelo dever de manifestar-me como cidadão, jornalista, sociòlogo e, acima de tudo, ser humano contra o ocorrido na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina.
Imagens gravadas com uma vìdeocamera, mostram alguns detentos sendo torturados por agentes penitenciàrios num banheiro do complexo. Suas mãos estavam algemadas. Numa das cenas, depois de momentos de extrema violència, um condenado tem sua cabeça introduzida na privada. Uma cena absurda (veja o artigo e o vìdeo AQUI)
Conforme o segundo paràgrafo do artigo 2 da Convenção das Nações Unidas em Genebra, Suiça, em 1987, contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, Ddsumanos ou degradantes, a tortura não pode ser jamais justificada, independente do caso.
Na matéria exibida pelo Fantàstico, no ùltimo domingo (1/11/2009), o governador Silveira diz que os agentes serão afastados. Sò afastados! Serà porque como ex membro do DOPS, as imagens não são assim graves ao irresponsàvel chefe de estado de Santa Catarina? Como assim AFASTADOS? Os agentes devem ser julgados e responderem pelos crimes de abuso de poder, tortura, agressão, tentativa de homicìdio, formação de quadrilha, dentre outros.
Um artigo do jornal O Globo diz que UM agente foi afastado. Um agente! Era um grupo dentro daquele banheiro.
E a postura da mìdia? Vergonhosa. O Fantàstico, que é uma revista semanal, com mais cara de entretenimento que jornalismo (creio que o programa seja diviso entre a Central Globo de Jornalismo e a Central Globo de Produçòes), foi quem denunciou o fato. E os outros jornais? A passear por alguns quotidianos brasileiros não encontrei nada, além, é claro dos jornais locais, de um fato que deveria ser capa de todos os veìculos mediàticos. O jornal O Globo, um dos poucos de abrangència nacional a comentar o caso, foi suave no olho da notìcia: "Maus Tratos".
Recentemente na Itàlia, um jovem morreu na prisão supostamente vìtima de tortura. A repercussão midiàtica foi intensa, apesar de, na minha opinião, não ter sido suficiente e não resolver o caso (Uma vergonha também por parte do governo italiano). Stefano Cucchi, 31 anos, morto na penitenciària de Roma enquanto esperava o julgamento por porte de droga. A famìlia de Stefano que aguardava suas notìcias por parte dos Carabinieri, recebe o comunicado que o filho é morto! Independente do descaso do governo Berlusconi, mas a mìdia, pelo menos, dà mais importància.
O ocorrido em Santa Catarina, não é uma novidade. A tortura no Brasil existe e os métodos usados na prisão de Guantánamo parecem ser leves em comparação às prisòes governadas de um ex membro do DOPS.
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